Índia terena de inconfundíveis traços Que caminha incansável desafiando a fadiga, Trazendo um filho aninhado nos braços E outro que cresce em gestação na barriga.
Na cabeça, a bolsa de algodão, encardida, Equilibrada com maestria quando ela anda, Aborrotada de aipim, guavira, moranga, Escondendo, embaixo, a cabeleira escorrida.
Quando eu lhe vejo... índia terena! Com seu sorriso ingênuo na face serena, Com seus cabelos negros da cor do breu,
Vejo todas as dores que lhe consomem, Pelas suas tradições, que lentamente somem, Neste mundo de concreto... que não é o seu!
cidade é um chão de palavras pisadas a palavra criança a palavra segredo. A cidade é um céu de palavras paradas a palavra distância e a palavra medo.
A cidade é um saco um pulmão que respira pela palavra água pela palavra brisa A cidade é um poro um corpo que transpira pela palavra sangue pela palavra ira.
A cidade tem praças de palavras abertas como estátuas mandadas apear. A cidade tem ruas de palavras desertas como jardins mandados arrancar.
A palavra sarcasmo é uma rosa rubra. A palavra silêncio é uma rosa chá. Não há céu de palavras que a cidade não cubra não há rua de sons que a palavra não corra à procura da sombra de uma luz que não há. (Ary dos Santos) Rose
Índia terena de inconfundíveis traços
ResponderEliminarQue caminha incansável desafiando a fadiga,
Trazendo um filho aninhado nos braços
E outro que cresce em gestação na barriga.
Na cabeça, a bolsa de algodão, encardida,
Equilibrada com maestria quando ela anda,
Aborrotada de aipim, guavira, moranga,
Escondendo, embaixo, a cabeleira escorrida.
Quando eu lhe vejo... índia terena!
Com seu sorriso ingênuo na face serena,
Com seus cabelos negros da cor do breu,
Vejo todas as dores que lhe consomem,
Pelas suas tradições, que lentamente somem,
Neste mundo de concreto... que não é o seu!
(Autor desconhecido)
Rose
cidade é um chão de palavras pisadas
ResponderEliminara palavra criança a palavra segredo.
A cidade é um céu de palavras paradas
a palavra distância e a palavra medo.
A cidade é um saco um pulmão que respira
pela palavra água pela palavra brisa
A cidade é um poro um corpo que transpira
pela palavra sangue pela palavra ira.
A cidade tem praças de palavras abertas
como estátuas mandadas apear.
A cidade tem ruas de palavras desertas
como jardins mandados arrancar.
A palavra sarcasmo é uma rosa rubra.
A palavra silêncio é uma rosa chá.
Não há céu de palavras que a cidade não cubra
não há rua de sons que a palavra não corra
à procura da sombra de uma luz que não há.
(Ary dos Santos)
Rose