águas de outono II

águas de outono II

1 comentário:

  1. Anónimo30.11.10

    Chove...
    Talvez seja a janela de vidraça baça
    invejando a chuva que passa...
    Lupa improvisada aquecida pelo sol
    queimando cartas de amor
    que um dia fizeram sentido...
    Talvez, seja a chuva a soluçar,
    cheia de culpa...
    A dor que se tenta agarrar ao vidro...
    Mas teima em escorregar...
    Sou todas as poças verticais em trajectos sempre iguais...
    Quase me dissolvo e o amor evapora...
    Resolvo chover o tempo desprovido de alento...
    E o tempo chove...
    dentro de mim, ou talvez lá fora,
    água benta ou agua turva,
    chuva é apenas chuva...
    Filha mimada da tormenta,
    esmagada contra o vidro,
    que não morre...
    Aguenta...
    Sofre...
    Mas não reclama...


    Inês Dunas

    ResponderEliminar