Chove... Talvez seja a janela de vidraça baça invejando a chuva que passa... Lupa improvisada aquecida pelo sol queimando cartas de amor que um dia fizeram sentido... Talvez, seja a chuva a soluçar, cheia de culpa... A dor que se tenta agarrar ao vidro... Mas teima em escorregar... Sou todas as poças verticais em trajectos sempre iguais... Quase me dissolvo e o amor evapora... Resolvo chover o tempo desprovido de alento... E o tempo chove... dentro de mim, ou talvez lá fora, água benta ou agua turva, chuva é apenas chuva... Filha mimada da tormenta, esmagada contra o vidro, que não morre... Aguenta... Sofre... Mas não reclama...
Chove...
ResponderEliminarTalvez seja a janela de vidraça baça
invejando a chuva que passa...
Lupa improvisada aquecida pelo sol
queimando cartas de amor
que um dia fizeram sentido...
Talvez, seja a chuva a soluçar,
cheia de culpa...
A dor que se tenta agarrar ao vidro...
Mas teima em escorregar...
Sou todas as poças verticais em trajectos sempre iguais...
Quase me dissolvo e o amor evapora...
Resolvo chover o tempo desprovido de alento...
E o tempo chove...
dentro de mim, ou talvez lá fora,
água benta ou agua turva,
chuva é apenas chuva...
Filha mimada da tormenta,
esmagada contra o vidro,
que não morre...
Aguenta...
Sofre...
Mas não reclama...
Inês Dunas