natureza morta I |
"Um
regador, um ancinho abandonado no campo, um cão ao sol, um cemitério pobre, um
aleijado, uma pequena casa de camponês, tudo isso pode ser o veículo da minha
revelação. Cada um destes objectos, e milhares de
outros a eles semelhantes, que os olhos do comum veem à luz da indiferença do
que para eles é óbvio, pode ganhar para mim subitamente, num qualquer
momento que não está ao meu alcance convocar, uma marca tão sublime e comovente
que todas as palavras me parecem pobres de mais para
o exprimir. Parece-me
que tudo, tudo o que existe, tudo aquilo de que me
lembro, tudo o que passa pelos meus pensamentos confusos, tem a sua
realidade própria. (...) e não há, em toda a matéria com todas as suas tensões,
nada em que eu não possa derramar-me e perder-me."
[Hugo von Hofmannsthal,
A Carta de Lord Chandos]
Precioso bodegón muy bien iluminado y pensado. Abrazo y feliz 2021
ResponderEliminarMuito obrigado, Luis. Um 2021 com muita saúde e paz. Abraço.
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