"Um
regador, um ancinho abandonado no campo, um cão ao sol, um cemitério pobre, um
aleijado, uma pequena casa de camponês, tudo isso pode ser o veículo da minha
revelação. Cada um destes objectos, e milhares de outros a eles semelhantes,
que os olhos do comum veem à luz da indiferença do que para eles é óbvio, pode
ganhar para mim subitamente, num qualquer momento que não está ao meu alcance
convocar, uma marca tão sublime e comovente que todas as palavras me parecem
pobres de mais para o exprimir.
Parece-me
que tudo, tudo o que existe, tudo aquilo de que me lembro, tudo o que passa
pelos meus pensamentos confusos, tem a sua realidade própria. (...) e não há,
em toda a matéria com todas as suas tensões, nada em que eu não possa
derramar-me e perder-me." [Hugo von Hofmannsthal, A Carta de Lord Chandos]
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